Um véu cerca-me,
acordo molhado, deslavado,
pela chuva que caiu,
quando ao meu lado,
surgiu…
Eras que tu que tinhas partido,
e não sabendo,
vi-me perdido.
Que dor, tanto que dói…
pensar te ali, em pé,
no depois,
falando, olhando,
e eu perguntando….
Bobo, se tinha custado,
o teres acabado…
Não imaginava, nem tao pouco obliterava,
que tal dimensão,
pudesse levar a tanto comoção.
Vi-me assim, ainda mais sozinho,
pois não eras agora opacidade,
na verdade.
E vias como ninguém,
o além…
E mesmo assim, contive-me,
mas no só,
perdi-me.
Não estavas, não eras,
e eu….
caído e desesperado,
quebrado,
chovia… e sentia…
e gotas infindas surgiam,
caiam,
sentiam…
Dói pensar, em tal estar,
em tal imaginar.
Traça-me a alma,
o coração,
imaginar te em vão.
Levanto e circundo,
procuro,
tento ir ou sentir,
ver ou entrever,
mas apenas alcanço um quase,
de um pouco desmedido,
que se perde no pouco sentido.
Onde estás D. Sebastião,
e eu que sempre acreditei em ti,
na tua espada,
no teu querer,
perdi-me onde te perdeste,
e agora apenas a lembrança,
ou a morte está já ali.
Que pranto branco,
que pesado este lado,
queira eu morrer,
numa batalha de um querer.
Mas que quero?
Onde vou?
São demasiadas as questões,
as permutações,
para que essa espada venha a mim,
e segurando-a faça morrer,
algum sonho ser.
Que sorte poder morrer,
num campo a sofrer,
num estar a lutar,
num bandeira segurada em cegueira,
mas em fé…
E isso é tudo o que se quer,
quando no nevoeiro estiver.
E agora estou,
sem campo ou onde vou,
sem espada nem meada;
permaneço e pereço,
caído e desnutrido,
aguardando o sinal,
de desembainhar esse gume,
e em sentido,
cortar o destino.
Oiço vozes do além,
o sussurro torna-se grito,
e a entrega, ajusta-se na facilidade,
da única verdade,
que vivo lívido.
As silabas não saem de ritmo,
nem o meu coração,
apenas uma arritmia,
de um aguardada perdição.
Nada se quebra,
os cacos estão já no chão,
e o sossego, mera interrupção,
de um reconhecer.
que o destino viu nascer.
Intrépidas são as noites,
e os dias, um arrasto de uma dor,
afogada em amor.
Vil, tomo refutares de estares,
drogas num sucedimento,
onde nenhuma razão é momento.
Cai, deliro, estou aqui e ali,
em nenhum povoado, que parece estado,
sou em nada e em quase nada,
loucura desmedida,
sentida.
. Partida
. Nevoeiro
. Demónios
. Para ti... que não conhec...