Ainda acordado, adormeço,
dormindo, não durmo,
silencio-me, num grito demente,
em que cada uivo,
é uma súplica ao teu ser, a ti presente.
Insiro a mão no peito,
e nada encontro, o coração,
bate contigo, e o meu sangue,
regelou, correu por ti,
e por ti, parou.
Conto as areias, do teu sim,
preparo as colcheias, no clarim,
da melodia eterna, a maior,
e a mais bela, nascer e pôr, viver por amor.
Se nisto não sou, acabou,
se por ti não vivo, “desisto”,
o traço foi cravado, o rumo destinado,
se nele não respirar,
veneno será, qualquer ar,
qualquer estar…
Hoje não quero a rua,
nem a rosa dada, ao par aclarada,
não é dia de um, mas de dois,
se sair, apenas e somente,
no teu ir.
Parte-se o sangue, retorcesse-se as veias,
se em mim, não destoa a pintura,
antes de mim nascida,
da tua figura.
O nevoeiro dissipa-se,
e próximo, estamos,
assim como num sempre escreveste,
assim sempre farei, no teu lado,
e neste “morrerei”.
Sempre, sempre te amarei.
Doce açúcar da minha concha,
serão pérolas na tua boca,
e do pólen colhido, brotará mel,
pelo nosso amor tecido.
Sempre, sempre, colherei as pedras,
da tua calçada, e nelas a tua enseada,
a ti ao meu colo,
ao teu sofrimento, na minha força,
aos teus segredos, na minha “urna”,
e ao amor, para sempre, para sempre,
comigo,
por ti vivido,
por ti,
existido.
Flipe
A manhã vem,
e a mão vazia, regela,
o assento está vazio,
e o acordar faz-se sorrindo.
Tudo está perfeito,
nada reclama revolta,
apenas paz…
Embora assim,
o que me envolve,
arrefece-me,
e o muito, fica nada,
quando olho ao lado,
e não estás.
O tempo parece parado,
quando nele procuro,
e nele não encontro,
o abraço esperado.
A melancolia, agita,
e uma gota desesperada,
surge enfreada,
só o teu chamamento,
podia suster este momento.
E assim, o dia acorda,
e adormeçe, pois o dia querido,
é o dia, em nós sentido,
por ti vivido.
flipe
O sol nasce,
e uma corrente parte-se,
agora,
apenas um fim,
ser contigo,
seres comigo.
Pelo teu sopro,
as velas do navio ergueram-se,
a âncora levantou,
e em muito tempo,
navegou,
una direcção,
destino,
teu coração.
Ainda pesa, o casco quebrado,
por ti restaurado,
ainda lento,
vai o vento,
do meu assoprar,
do nosso esperar,
mas em breve,
o toque virá,
o canto soará,
e não mais haverá porto,
nem aportar,
apenas um eterno amar.
flipe
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