O Sol brilha,
tão aconchegadamente,
sonho em ter-te, em acolher-te,
em segurar-te neste dia tão perfeito.
Tudo clama serenidade,
paz…
E eu…?
só queria te abraçar,
conjuntamente,
te amar.
Penso, como seria,
se num recanto pintado,
ali estivéssemos,
num laço amado.
Abraçados, tecendo fios de ternura,
enroscados na brancura, pureza de amor,
compreensão na dor.
O mar brilhando, nós, sendo parte de o outro,
ali, agarradinhos, tal nada houvesse,
apenas a segurança mutua, e eterna,
de um afecto que decorre,
tal fosse o respirar,
do nosso estar.
Só eu seguro o chão, o meu colo é para ti,
o suporte união, meu peito, o teu rosto debruçar,
meus olhos, o teu amanhã confiar.
Ali te envolvo, nas asas que cresceram,
só para te abranger, ali te aqueço,
tal este calor, existisse, para ti nascer.
Que quero eu ser, senão amor,
onde quero eu estar, senão junto do teu levantar,
sou apenas um pequenino passarinho,
aguardando no resguardo da parede,
a Primavera do seu ninho.
Sinto, o chamar, do teu precisar,
mas desconheço o teu aportar, o teu estar.
O arrepio, tece este sonho, realidade,
de um dia saber que me vais ter.
Levemente, um querer desmesurado, envolve-me,
e ergue-me, neste estado afogado,
de amor transbordado.
Mas, o sorriso, se configura, na certeza da espera,
do culminar, onde cada gesto, sonho,
ou momento, se irá realizar.
Flipe
Oh Sol, tão quentinho,
que te elevas sorrindo,
sê um sonho, de um carinho,
tão preciso, tão menino.
Envolve-me e aquece-me,
sê por momentos,
a que tanto aguardo,
a que tanto clamo por segurar,
por amar, por abraçar.
Fecho os olhos, abro o vale deserto,
e deixo-me consumir, neste frio sentir.
Quantos segredos, quantos pensamentos,
perdidos em mim, quantas ausências,
latências, carências… Quantos lugares,
molhados, isolados, que aguardam ser,
ver, poder ter, um existir,
um esperado descobrir.
Quantas gotas tecidas no orvalho,
da noite caída, da manhã nascida,
da solidão sentida.
Sol, meu ombro, deste dia,
calor que não aquece, frio que estremece,
acordar em ti, em cada dia,
é saber uma esperança de um acontecer,
é ter, o lápis a escrever, do amanhã a nascer.
Sol, meu querido aconchego,
envolve, a que, como eu,
se aquece em ti, arrefecendo-se,
por me esperar; e por favor,
não deixes mais sermos corpos frios,
que não consegues aquecer,
mas junta-nos, permite-nos ser,
na noite, no dia, o teu envolver,
calor, puro amor.
Flipe
Assim, numa quebra de um tempo,
escrevo, eu, o silêncio, e um tempo marcado,
que em toques me faz apressado.
Paro, penso, contemplo do alto, o todo que se move,
o vai e vêm de tantas pessoas,
alunos, que em caloiros, dão os primeiros traços,
num novo traçado do seu viver, do seu percorrer.
Hoje, num dia de um estado tomado, isolado, apaziguado,
numa brisa que sopra quente, mas...
que não esquenta, que no entanto acalenta,
e faz-me envolver, querendo este querer.
Sinto um abraço, um regaço,
uma mão que me segura, e distante,
me toma em ternura, clamando em reflexos,
espelhos do meu quadro, traços por mim pintados,
agora não isolados.
Não tarda a noite cai, a lua sorri, e um sonho,
nasce, possibilitando a impossibilidade, de agora verdade,
de amanhã realidade. Arvores, bichinhos, animais,
fadas e seres de magia, esperam a noite de acalmia,
de franquia, para existir; e coexistir,
com quantos que aqui são, não sendo,
que aqui pertencem, não pertencendo,
que aqui apenas querem amar,
sendo forçados a navegar, num não estar,
num querer, e não poder, voar.
filipe
. Assim, numa quebra de um ...
. Como preciso eu de abraça...
. Mergulho em querer.. ser ...
. Oh silêncio que me escuta...
. felicidade...onde está?.....