Piratas de Sonhos,
de marés envenenadas,
jorradas, por entre pinceladas,
tristes olhares,
culminantes, desesperantes,
que levam palhas, em fogo pascal,
de um infinito poço,
fundo abismal.
Partisse o sol,
escoasses os mares,
evaporasse os oceanos,
e a terra, revolveria,
num igual calhau,
pedra dura, caule pantanal.
Príncipes, fiadeiras de um rastilho,
culminar profundo,
ali, no revés, de um fechar,
ali, num amanhã a chegar;
que a âncora levante,
que o céu encante,
que o livro se encha de palavras,
de uma memória,
verdade pura.
vulcão de sonhos,
liberdade de sentires,
de imergires.
Que se verta, o que estraga,
que se esfrie, a febre efeito.
o momento deleito,
e se apague as velas, num frasco contínuo,
de um só luminescência,
a transparência,
a inocência.
Flipe
E a porta abriu-se,
não como muitas que pude espreitar,
mas nesta que pude entrar. Ainda não entrei,
mas palavras de porteiro, que abrirei,
palavras de aposento, que serei.
A tomarei, em palavras de humildade,
em ser de modestidade,
e sempre, em sinceridade.
Não quererei deixar, erros entrar,
como outrora que consenti estar.
Serei tudo ou nada, apenas eu,
serei verdade e justiça, entrega, dedicação,
paciência e ponderação.
Deixarei me ir onde devo caminhar,
onde devo, sofrer ou não, estar.
No que será, a pergunta surgirá,
estarás tu lá? não saberei,
mas independentemente do que serei,
por ti esperarei, por ti, o guardarei,
todo o amor que te darei.
Filipe