Docemente acaricio o vento,
o apego da noite,
que me leva e trás,
ao presente.
Tomo a inocência de uma consciência,
de que seguro e acalento,
o desalento.
De uma criança que sou,
pedindo e sorrindo,
e nada sentindo.
Somos assim, um cetim em rolo,
que nada ainda teceu,
e que simplesmente,
nasceu.
Enrolando é certo,
e até esperando,
caindo ou voando,
mas nada moldando.
Silêncio de mim,
que temo e abraço,
que enlaço;
regendo os dentes,
num amanhecer,
morrer nascer.
E viver!
E o amar?
Não o sabemos segurar,
nem a ponto do véu,
da aliança lembrança,
que logo adormeceremos,
e nasceremos.
Amando e sonhando.
E sonhando,
amando.
Flipe
Queria poder,
num verbo solto,
poder ser.
Queria aquela chuva,
e nela sorrir,
nela, voltar a sentir.
Pequenas coisas,
gestos crus,
um alma limpa,
de luz.
Sonho correr,
sem temer,
abraçar,
e amar.
Sonho querer,
saber,
sonho buscar,
e te encontrar.
Desejava o mundo,
o ir, o partir, o descobrir,
e agora…
apenas sentir.
Queria uma história,
talvez de glória,
queria salvar,
e como um herói,
te abrigar.
Queria, mas não sentia,
nem podia,
nem tão pouco,
via.
De muito,
mas de nada,
assim se fazia,
o que levava.
Mas quero, e queria,
um segurar que não perdia,
e um sincero traço,
capaz,
de um abraço.
Podia fazer de poemas,
versos,
um, mais um,
e outro,
podia desenhar um coração,
e nele,
escrever o nosso nome,
da nossa paixão.
Podia,
gritar ao nundo,
um grito de um silêncio,
numa voz de poeta,
que não sou,
nem profeta.
Podia, não estar aqui,
a escrever,
a tecer,
uma manta de retalhos,
de uma apenas linha,
de uma apenas cor,
o sempre,
e terno,
amor.
Nesta manta teço a ausência,
a carência,
deste abraço,
deste abraçar,
que tanto clamo,
por tomar,
por dar.
Serei escravo, de um nobre sentir,
de um inocente vestir,
de uma coroa,
una e singular,
em que apenas darei,
á que espero,
por amar.
flipe
. Sentir
. Frio...
. Oh amanhã... faz-nos enco...